Nestas duas últimas semanas o Brasil voltou seus olhos para a câmara de deputados de São Paulo. Em especial para um deputado de Orlândia, interior do estado, do Partido Socialista Cristão, responsável pelo Ministério Tempo de Avivamento, o pastor homofóbico Marcos Feliciano. Este pastor, conforme o Brasil ficou sabendo, atacou os negros, mostrando acima de tudo seu forte lado preconceituoso, racial, bem como, e principalmente uma bancada de homossexuais, tendo por sua vez, defensores mais ferrenhos possÃveis.
Em comentários da parte deste pastor no ano de 2011, por motivação politico/religiosa, ele tem a audácia de citar que o continente africano é um paÃs amaldiçoado. E faz umas referencias bÃblicas para mais ou menos justificar suas falas. Depois, de maneira mais covarde ainda faz menção aos homossexuais, lésbicas e simpatizantes, dizendo que os mesmos são condenados, não são filhos de Deus e tudo mais.
Claro, que esta visão retrógrada ainda persiste nas cabeças daqueles e daquelas que teimam em querer ver o ser humano apenas como um produto, que se não prestar, é jogado no "fogo do inferno" pra queimar por toda a eternidade. Muitos ainda vivem como se fosse na idade média, ou menos que isso. E se fosse por conta de alguns mais exaltados, principalmente de uma bancada evangélica, (houve um tempo que eram os nossos irmãos católicos), eles, os ditos evangélicos, seriam os novos instauradores da santa inquisição. E quem sabe, nos dias de hoje com a evolução e tudo, os crimes seriam dez vezes piores do que a tempos atrás, quando quem mandava era o poder católico.
Quando alguns são confrontados e solicitados à olhar o outro ser humano como igual, eles logo partem para alguns versÃculos bÃblicos, dando mostras de que, (sem raciocÃnio lógico) é melhor se escudar por trás da suposta palavra de Deus. Fico as vezes à pensar comigo que Deus, nas mãos de alguns religiosos é o cara de mentirinha, da pegadinha, mas principalmente o crucificador, já que não podem mais crucificar o Cristo. E como se a ideia fosse "vingar a morte de Jesus" usam de todos os artifÃcios para pugnar o seu próximo. Desde que esse apontado não seja um irmão ou um parente próximo. Claro que quando eu cito próximo, eu digo um pai ou uma filha, porque se for irmão ou irmã, por desavenças familiares, brigas internas, eles são os principais caçoadores.
Outro dia, quando estava analisando alguns fatos nas redes sociais sobre este lado do preconceito, ou desta ignorância ainda chamada de racismo, quando um evangélico mais uma vez me repete a pergunta online: ED Soares você não acredita em Deus? Apesar de uma questão aparentemente não ter nada a ver com a outra, ainda assim vou mais uma vez responder como já fiz das vezes que me perguntam tal besteira:
- Sim, acredito em Deus! Mas não aceito o deus de alguns que é visto como um deus zelosamente irascÃvel, separatista, preconceituoso, racista, humano demais para ser deus. Não aceito o deus que os homens criaram em suas igrejas para apontar os erros dos outros e acobertar os erros de alguns privilegiados, na suposta mania de dizer que "o sangue de Cristo lavou os pecados". Além de usarem um sangue como algo limpo, ainda divinizam Jesus, entorpecendo-lhe a sua real majestade.
Já fui evangélico (protestante) e dentro de minha cidade conheço bem aqueles e aquelas que, principalmente depois desta minha postagem, e das minhas declarações vão me apontar o dedo para dizer que posso até ser um ANTI-CRISTO. Claro que diante de suas opiniões, darei algumas boas gargalhadas. Como ex-assembleiano, sei bem do quanto muitos religiosos são capazes, principalmente numa cidade pequena como a nossa. Mas, não mudo minhas reais convicções por conta de pouca coisa.
O Deus que acredito não faz acepção de pessoas, de raça, de crença (essa é a de menos), de nacionalidade, de sexualidade, todos são criação de Deus e portanto filhos do mesmo pai, de classe social, etc. O Deus que vivencio em meu dia a dia, está além da racionalidade humana e não se submete aos caprichos de alguns, em função de seus dÃzimos e ofertas, naquela velha ideia do dinheiro barganhar milagres.
Na minha opinião o Pastor e deputado errou diversas vezes, quando covardemente falou contra os homossexuais; contra os negros e o continente africano; quando contratou alguns pastores para seus assessores e os mesmos sequer compareciam para seus expedientes; quando armou a pegadinha do consórcio; quando sonegou as informações de suas empresas; etc... E foi por isto que sou contra. Por conta das diversas denuncias contra ele, não por conta de perder o sono ou por deixar de dormir. Ele deveria renunciar, porque as provas estão cada vez mais fortes contra o mesmo, podendo até ser cassado e vir à perder o mandado de deputado por conta de inúmeras falcatruas que ele fazia e certamente ainda faz "em nome de Deus" e Jesus (que terminam por "pagar" por outros).
Mas o que mais me espanta é como as pessoas não querem ou não se permitem ver o erro à um palmo diante de seus narizes. E ao invés de encarar a realidade, partem para o pressuposto de que os "gays" são agressivos, são isso e são aquilo. A poucos instantes vi mais uma divulgação absurda contra os homossexuais, produzidas pelos ditos evangélicos, aonde apontam, com detalhes apenas sob seus pontos de vistas, de agressões dos homossexuais, contra héteros. Assim como aquela imagem dos ditos gays, em frente à uma das igrejas Assembleias de Deus, onde o pastor corrupto ia pregar a "palavra de Deus".
Muitas e muitas coisas ainda podem ser ditas sobre a questão do preconceito religioso, principalmente de evangélicos de cidades de interior de estado, e sobre isso escreveria mais linhas e linhas. Mas, por enquanto vou ficando por aqui, sabendo que já me alonguei demais.